Por Teomar Benito Ceretta, especially para a Revista Idéias em Destaque do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER)
O brasileiro Santos-Dumont, mesmo antes de realizar o voo com um aparelho mais pesado que o ar, foi um dos primeiros aeronautas a incentivar uma mulher a elevarse aos ares. Encantada com o balonista, Aída de Acosta, uma socialite estadunidense de origem cubana que se encontrava em Paris, tornou-se pioneira a voar solo em um balão dirigível. No dia 27 de junho de 1903, depois de receber algumas instruções de SantosDumont sobre o manuseio do dirigível nº 9, Aída fez seu voo sendo acompanhada pelo brasileiro, que de bicicleta a seguia pelas ruas no trajeto de Paris ao Chatêau de Bagatelle, transmitindo-lhe aos gritos as instruções1 . A aviadora francesa Elisa Léontine de Laroche, detentora do primeiro brevê de piloto de avião no mundo, abriu o caminho para encorajar mulheres em vários países, mundo afora, a seguir seu legado, numa época em que um marcante preconceito masculino limitava os espaços das mulheres para o exercício na aviação. E no Brasil não seria diferente. Entusiasmadas, elas começaram a fazer parte de um clube restrito aos homens. No dia 8 de abril de 1922, há exatos cem anos, a paulista Tereza di Marzo tornouse a primeira mulher brasileira a obter o brevê de piloto de avião. Ela foi detentora da licença nº 76, emitido pelo Aeroclube do Brasil. No dia seguinte, Anésia Pinheiro Machado, colega de Tereza, tornou-se a segunda mulher brasileira a conquistar sua habilitação, a de nº 77 do Brasil. Apesar de Tereza di Marzo se tornar celebridade no meio social da época pelas suas conquistas, o mesmo não aconteceu com a breve trajetória de aviadora. Ao casarse com seu instrutor de voo, Fritz Roesler, um aviador alemão que participou da Primeira Guerra Mundial, repentinamente viu-se forçada a encerrar sua vida de aviadora. Segundo suas palavras: “Depois que nos casamos ele cortou-me as asas”.2
Tereza di Marzo preparada para voar.3
1 pt.wikipedia.org/wiki/Aída_de_Acosta
2 CELIDONIO, Luiz E. Op. cit., p. 87.
Anésia Pinheiro Machado foi a primeira mulher a realizar um voo solo nos céus brasileiros. Em 1922, Anésia fez o primeiro voo interestadual, ligando a cidade de São Paulo ao Rio de Janeiro com um avião Caudron G3, um voo histórico para celebrar o centenário da Independência do Brasil. Na então capital brasileira, foi recebida por autoridades, momento em que foi homenageada por Santos Dumont com uma carta e uma medalha de ouro. Foi ela a pioneira a fazer um voo acrobático, e é dela a primazia de transportar um passageiro em avião nos céus brasileiros. Em 1943, Anésia foi convidada pelo governo dos Estados Unidos para fazer um curso avançado de aviação em Houston, no Texas. Após seus estudos e treinamentos, ela receberia as licenças de voo por instrumento e instrutor comercial. Retornou ao Brasil como uma celebridade no meio aeronáutico. Inspirada na fama da aviadora americana, Amelia Earhart, desaparecida no Oceano Pacífico em 1929, Anésia se preparou para realizar uma grande aventura. Em 27 de fevereiro de 1951, partiu solitária de Nova York com destino ao Rio de Janeiro com um avião Ryan Navion Super 260, dotado de motor de 260 hp com hélice de passo variável. Cruzou por quinze países percorrendo a costa do Pacífico, via Santiago do Chile, sobrevoou a temida Cordilheira dos Andes, e chegou ao Rio de Janeiro no dia 27 de abril, depois de percorrer 17.756 quilômetros em 82 horas e 25 minutos de voo. Sempre prestigiada em eventos públicos, ao longo de sua carreira recebeu inúmeras homenagens e condecorações de órgãos militares, civis e estrangeiros.4 Dentre as últimas aparições públicas, já em idade avançada, aos 88 anos de idade, foi convidada para ser a patronesse da turma de aviadores formandos pela Escola Varig de Aeronáutica (EVAER), no ano de 1992, na cidade de Porto Alegre (RS). A longeva Anésia Pinheiro Machado faleceu a 10 de maio de 1999, aos 95 anos de idade.
3 Fonte: Google – Imagens.
4 CELIDONIO, Luiz E. Op. cit., p. 88 – 95
Anésia Pinheiro Machado, junto com Kalina Cox Milani, primeira aluna formanda na EVAER, em 1992.5
Por sua vez, outras mulheres pioneiras da aviação brasileira fariam história. Ada Rogato foi a primeira aviadora de planador na América do Sul, ao obter o brevê “C”, sendo ela a terceira mulher a conquistar a licença de piloto de avião no Brasil. Em 1941 realizou o primeiro salto feminino de paraquedas no Brasil. Foi dela a primazia como aviadora brasileira a transpor a Cordilheira dos Andes com um avião Paulistinha CAP-4 de 65 hp, em janeiro de 1950. É dela o recorde feminino do voo mais longo em avião de pequena potência, quando, em 1951, cumpriu com êxito um circuito de 51.064 km pelas três Américas, chegando a atingir o Círculo Polar Ártico. Ada Rogato foi a primeira mulher piloto brasileira a pousar no aeroporto mais alto do mundo, em La Paz, capital da Bolívia, em 1952. E não bastando isso, em 1948 tornar-se-ia mais uma vez pioneira ao pilotar um avião agrícola adaptado para combater a broca do café na região de Marília (SP). Como paraquedista, em 1949, foi dela a primazia do salto feminino em Assunção, no Paraguai. Este feito se repetiria no ano de 1951, na Argentina, Chile e Uruguai. Por causa da sua fama, a imprensa platina passou a tratá-la como a “embaixatriz dos povos Sul-Americanos”6 .
5 Coleção: Kalina C.Milani.
6 BRIZA, Lucita. ADA ROGATO. Um Pássaro Solitário. Rio de Janeiro: Opúsculo nº 49, INCAER, 2018.
ADA ROGATO, condecorada.7
No entanto, estas conquistas pontuais ficavam restritas a algumas corajosas mulheres que “ousavam”, na época, quebrar o domínio dos homens no meio aeronáutico. Durante muitas décadas, houve uma grande resistência de diretores de companhias aéreas em aceitar em seus quadros mulheres pilotos. Ou seja, por preconceito e discriminação de alguns, não se concebia a elas o direito de ingressar no mercado de trabalho em companhias aéreas como aviadoras profissionais. Na esteira dos movimentos feministas, principalmente com a promulgação da Constituição de 1988, que fez da igualdade entre homens e mulheres cláusula pétrea, aos poucos abrem-se os espaços profissionais para as mulheres na aviação comercial brasileira. Todavia, foi a partir dos meados da década de 1980, que efetivamente as mulheres pilotos começaram a ingressar no mercado de trabalho nas empresas aéreas brasileiras.
AS PIONEIRAS DA AVIAÇÃO DE LINHA AÉREA
A Varig, que ao longo de sua história ostentava o status de pioneira, perdeu para a Vasp a marca do pioneirismo ao contratar uma mulher piloto de linha aérea no Brasil. Em outubro de 1986, a carioca Arlete Vitória Ziolkowski tornou-se a primeira mulher a ocupar o posto de pilotagem numa companhia aérea brasileira como copiloto de Boeing B737-200 na Viação Aérea São Paulo (VASP). Isso aconteceu depois de várias tentativas, pois teve que batalhar durante nove anos para vencer os duros caminhos para concretizar seus sonhos. Hoje, comandante aposentada, Arlete acumula também o pioneirismo ao ingressar numa empresa de linha aérea na América Latina.
Na sequência de Arlete, também merece destaque a gaúcha Carla Roemmler, sendo a segunda aviadora a ingressar numa linha aérea no Brasil, quando foi admitida na VASP através de concurso público em 1988 como copiloto de Boeing B737-200. Oito anos mais tarde foi promovida ao posto de comandante, sendo ela a primeira mulher a ocupar este posto em uma empresa de linha aérea na América do Sul. Carla, que aos 17 anos iniciou seu curso de aviadora, abandonou a Universidade quando frequentava a Faculdade de Arquitetura para investir na carreira dos sonhos. Na condição de mulher, teve que enfrentar as duras barreiras para ingressar na VARIG, o que não aconteceu pelas dificuldades impostas, segundo suas palavras, pela “política expressa claramente” defendida pela empresa em não admitir mulheres em seus quadros de aviadores. Atualmente Carla é comandante do Embraer E195 na AZUL Linhas Aéreas, onde aguarda a senioridade para promoção ao Airbus A330.
A curitibana Claudine Melnik também faz parte do time das mulheres pioneiras. Apesar de ser aviadora, iniciou sua carreira na aviação em dezembro de 1992 como comissária de bordo na Táxi Aéreo Marília, antiga TAM. Dois anos mais tarde, em setembro de 1994, ingressou na empresa Brasil Central Linhas Aéreas (ex VOTEC) como aviadora. Em 1995 tornou-se a primeira mulher comandante daquela empresa. Em 1997 retornou à TAM para voar como copiloto de F100, sendo que em 1998 fez parte da turma pioneira do Airbus A330 em voos internacionais. Em 2001 foi promovida a comandante de jatos da empresa, sendo ela a primeira a ocupar este posto, onde já acumulava o cargo de instrutora e checadora. Em 2016 foi promovida ao Airbus A350, sendo dela a marca de ser a primeira comandante mulher do mundo a voar essa aeronave.
Kalina Cox Milani, a mulher que quebrou os paradigmas da VARIG. Com o intuito de ingressar no meio aeronáutico, iniciou seu trabalho na VARIG ainda muito jovem, em 1985, como agente de aeroporto. Ainda naquele ano, iniciou seu curso teórico de piloto privado de avião. No ano seguinte tornou-se comissária de voo, permanecendo na função por cinco anos. Em 1990, de posse de todos os requisitos exigidos, inscreveu-se no concurso nacional para copilotos da VARIG e, ao final do processo, em 1991, foi uma das duas aviadoras selecionadas. Ela deixou sua marca como pioneira ao frequentar o centro de ensino da Escola VARIG de Aeronáutica (EVAER), conquistando assim a primazia ao ingressar no quadro de pilotos daquela empresa, onde permaneceu por 15 anos, até junho de 2006. Dois meses mais tarde ingressaria na Emirates Airlines, onde repetiria o feito na empresa anterior. Na Emirates fez carreira, tornando-se a primeira comandante daquela companhia. Lá permaneceu por 10 anos, onde voou para todos os continentes, e teve o privilégio de operar todos os modelos do Boeing B777. Kalina foi a idealizadora do grupo que deu início à associação AVIADORAS, criada em 1998, hoje a presidente de honra da Associação das Mulheres Aviadoras do Brasil (AMAB).
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março de 1997, a VASP protagonizou o primeiro voo feminino no Brasil, com Carla Roemmler no comando, e Arlete V. Ziolskowski como copiloto, acompanhadas de cinco comissárias. Posteriormente, em 1999, a empresa faria seu terceiro voo totalmente feminino, um voo similar em um Boeing B737-200.
Os anos de 1990 foram marcantes para a inclusão da mulher no mercado de trabalho na aviação comercial brasileira. Isto se fez sentir com o crescente interesse das mulheres pilotos para ingressar em empresas de linha aérea, aviação militar, aviação agrícola, entre outras. Nos princípios daqueles anos, um importante fato histórico aconteceu no dia 15 de outubro de 1993, com a criação do Instituto de Ciências Aeronáuticas (ICA), pela Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre (RS), que logo depois passaria ao status de faculdade. O curso começou de fato com seu primeiro vestibular no primeiro semestre de 1994, com vagas abertas para candidatos de ambos os sexos. A presença feminina foi representada apenas por duas jovens aviadoras, Camila Crippa e Maria Luiza Cancio Padilha, as pioneiras da Faculdade de Ciências Aeronáuticas (FACA), curso pioneiro no Brasil e na América Latina, criado em parceria com a VARIG S. A. e a PUCRS. Ao concluir o curso em 1997, juntamente com seus colegas, foram contratadas pela VARIG, onde iniciaram suas carreiras como copilotos de Boeing B737.
Em pé: da esquerda para a direita. 1 - Sandra Coelho 3ª aluna da EVAER e a 3ª aviadora da VARIG. 2 - Camila Crippa pioneira do curso de Ciências Aeronáuticas PUCRS. 3 - Fernanda David terceira aluna do curso de Ciências Aeronáuticas PUCRS. 4 - Kalina Cox Milani aluna pioneira da EVAER e primeira aviadora da VARIG. Sentadas: da esquerda para a direita. 1 - Maria Luiza Cancio Padilha pioneira do curso de Ciências Aeronáuticas PUCRS. Atualmente é Cmdt de A350 na empresa Qatar Airways. 2 - Marina Deluqui 1ª Instrutora de Voo do Aeroclube de São Paulo, segunda aluna da EVAER e segunda piloto da VARIG. AS MULHERES NA FAB A presença das mulheres na FAB se deu a partir de 2003 na Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga (SP), quando recebeu as primeiras vinte cadetes mulheres para realizarem o Curso de Formação de Oficiais Aviadores (CFOAV), até então frequentada por homens. Em 2006, dessa primeira turma, concluíram o CFOAV onze aspirantes a Oficial femininas, e três foram habilitadas para a Aviação de Caça. Após concluírem o Curso de Caça com aproveitamento, passaram a compor as equipagens dos Esquadrões de Caça que operam a aeronave A-29 Super Tucano. No momento não há nenhuma aviadora na Aviação de Caça. A Tenente Carla Alexandre Borges Garcia, oriunda da primeira turma, foi a Oficial pioneira a voar solo num caça de primeira linha (aeronaves de caça de alta performance), em 2011. No final de 2016, no posto de Capitã Aviadora, tornou-se a primeira mulher a comandar um Airbus A319, a aeronave presidencial brasileira17 . No dia 6 de março de 2015, a Tenente Aviadora Vitória Bernal Cavalcanti deixou sua marca na história da FAB, ao tornar-se a primeira mulher do Brasil a comandar um helicóptero de ataque, quando realizou sua primeira missão com uma aeronave AH-2 Sabre na Base Aérea de Porto Velho (RO)18 . Em 20 de outubro de 2016, a Capitã Aviadora Joyce de Souza Conceição tornouse a primeira aviadora brasileira a pousar no Continente Antártico, numa aeronave C130H, ao realizar uma missão em apoio ao Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). No dia 13 de maio de 2022, novamente Joyce entra em cena no mesmo cenário. Agora no posto de Major Aviadora, ao lado da Capitã Naiara de Senna Pereira, uma tripulação totalmente feminina, deixou sua marca como as primeiras aviadoras militares brasileiras a comandar um Lockheed C-130 da FAB durante a 40ª OPERANTAR, ao lançar suprimentos para abastecer a Estação Antártica Comandante Ferraz, em pleno inverno austral19 . Em 2022, a Major Aviadora Márcia Regina Cardoso, também oriunda da primeira turma de aviadoras da FAB, tornou-se a primeira mulher a comandar uma unidade militar operacional da FAB. Trata-se do 1º Esquadrão do 1º Grupo de Comunicações e Controle (1º/1ºGCC). Consta que atualmente existem 49 mulheres no efetivo de Oficiais Aviadores da FAB20 . Em abril de 2022 a Tenente Aviadora Maria Luísa Michelon Silveira tornou-se a primeira mulher a ser qualificada como instrutora de voo no H-50 Esquilo, um helicóptero de combate21 . No mês de maio de 2022, mais uma vez uma aviadora da FAB fez história. A Tenente Aviadora Gabriela Ariana Fernandes do Couto, foi celebrada como a mais jovem e a primeira aviadora tornar-se piloto operacional de Patrulha no Esquadrão Netuno, sediado na Base Aérea de Belém (PA).
AS MULHERES NA AVIAÇÃO AGRÍCOLA
Se Ada Rogato detém a marca do primeiro voo agrícola feminino no Brasil, numa época em que a atividade aeroagrícola ainda não era regulamentada, foi a partir de 1965, com a criação do primeiro Curso de Aviação Agrícola (CAVAG), na Fazenda Ipanema, localizada no município de Iperó (SP), é que passaram a se formar os primeiros pilotos agrícolas devidamente habilitados. Embora o curso oferecesse vagas a pilotos de ambos os sexos, foi nos meados anos da década de 1970 que se formou a primeira mulher piloto agrícola do Brasil. A partir de então, a pioneira Terezinha Santos Motta, natural de São Lourenço (MG), ingressou legalmente no mercado de trabalho aeroagrícola, que era dominado por pilotos homens. Embora Terezinha tivesse trabalhado para diversas empresas de aviação agrícola na região Centro Oeste, seus últimos momentos como aviadora deu-se entre os anos de 1984 e 1986, quando trabalhava como piloto agrícola registrada na Cooperativa Mista Rural Vale do Javaes, no Formoso do Araguaia. Infelizmente, em 1986, quando trabalhava em outra empresa como substituta de um colega, a pioneira perdeu a vida carbonizada num grave acidente quando fazia um voo de pulverização.23 Em 1984, a comandante Célia Mara Monteiro tornou-se a pioneira piloto agrícola de helicóptero no Brasil, quando frequentou, naquele ano, em duas fases, o Curso de Aviação Agrícola (CAVAG). A instrução da primeira fase aconteceu no Centro Nacional de Engenharia Agrícola (CENEA), na Fazenda Ipanema. A segunda fase do curso, e sua conclusão, foi ministrada no aeródromo de Jacarepaguá (RJ)24 . Em 2009, a porto-alegrense Rochele Teixeira tornou-se a primeira Instrutora de Voo em um Curso de Aviação Agrícola (CAVAG), na Aero Agrícola Santos Dumont, uma escola privada sediada na cidade de Cachoeira do Sul (RS). Na mesma empresa também dividia momentos para trabalhar com pulverização aérea. Em agosto de 2021, a piloto agrícola Joelize Friedrichs, da cidade de Tapera (RS), tornou-se a primeira aviadora capacitada para combater incêndio, ao concluir seu treinamento numa aeronave turbo hélice Air Tractor 502-B na empresa AeroTerra, estabelecida na cidade de Luiz Eduardo Magalhães (BA). Dados atualizados indicam que existem 14 mulheres pilotos agrícolas em atividade no Brasil. Um número que vem crescendo de forma lenta e progressiva com aviadoras interessadas em fazer parte de um “time” seleto, dominado por homens por muitos anos. Sem cometer injustiça com tantas aviadoras pioneiras que não foram aqui mencionadas, e que foge ao objeto desse ensaio pelo seu exíguo espaço, fica a sugestão para que interessados possam ampliar o debate sobre um tema mais relevante que se possa imaginar. De acordo com a Comandante Kalina, “a média mundial de aviadoras na linha aérea, que gira em torno de 5%, ainda é baixa. No Brasil, cai para 2%, cuja meta é dobrar esse número no Brasil, até 2025. Atualmente, a Índia é a líder mundial com 12% de mulheres que ocupam postos de pilotagens na linha aérea daquele país”. Os baixos índices, que por si só revelam a pequena participação feminina no mercado de trabalho no meio aeronáutico por muitos anos, embora nas últimas décadas tenha havido um sensível avanço, torna-se imperioso que os empregadores aéreos compreendam essa necessidade de ampliar os espaços para as nossas aviadoras.
O autor é Membro Correspondente do INSTITUTO HISTÓRICO-CULTURAL DA AERNONÁUTICA – INCAER.
BIBLIOGRAFIA. BRIZA, Lucita. ADA ROGATO – Um Pássaro Solitário. Rio de Janeiro: Opúsculo nº 49, INCAER, 2018.
CELIDONIO, Luiz E. As Mulheres que Voam. São Paulo: Editora Labrador, 2018, p. 88 – 95.
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